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Profissionais em home office redescobrem qualidade de vida

Profissionais em home office redescobrem qualidade de vida

Cerca de 20 milhões de brasileiros começaram a trabalhar em casa com a pandemia de coronavírus, segundo projeções de junho – as mais atualizadas até aqui. São funcionários que nunca se imaginaram fora de seus ambientes convencionais de trabalho e que, do dia para a noite, descobriram as vantagens e as desvantagens de produzir a partir de seus lares.

Já falamos de algumas desvantagens: a falta de distinção entre a rotina do trabalho e os afazeres domésticos e o chamado “zoom fatigue”, que é o estresse provocado pelo excesso de reuniões remotas. Neste post, falaremos sobre algumas vantagens do home office, incorporado de vez na rotina de muitos profissionais.

É claro que para a grande maioria dos trabalhadores, a pandemia trouxe muita angústia e incerteza – além de desemprego: são mais de 12 milhões de cidadãos brasileiros que estão fora do mercado formal.

Mas para muita gente, sobretudo aqueles que atuavam em escritórios e em funções não-operacionais, as medidas restritivas do coronavírus acabaram apresentando várias situações novas, que jamais seriam testemunhadas em um cenário de normalidade.

Home office trouxe mais qualidade de vida

A primeira delas, claro, é o maior contato com a família.

Pais e mães que passavam horas fora de casa agora estão convivendo mais com seus filhos. Sobretudo aqueles que estão na primeira infância (zero a quatro anos), e que portanto têm poucos prejuízos fora da rotina escolar, estão tendo a possibilidade de crescer em meio aos pais e demais familiares, o que era uma raridade nos dias de hoje.

Essa superexposição ao vínculo familiar tende a trazer muitas vantagens – contanto que o casal tenha se mostrado integrado para lidar com isso tudo junto (também não têm sido raros casos de divórcio provocados pela convivência, mas isso já é tema para outro post…).

As famílias estão mais afetuosas, sobretudo porque situações de angústia e temor extremos amplificam a necessidade de compartilhar emoções e buscar novas experiências para fugir do tédio. Os pais estão mais criativos, por exemplo, encontrando maneiras de entreter e estimular os filhos.

As vantagens transcendem as questões afetivas e familiares.

Com mais tempo em casa, é possível dar uma turbinada na vida cultural – com exceção, claro, dos cinemas e teatros. Por a leitura em dia tem sido uma tarefa de muitos – não por menos, a venda de livros pela internet aumentou mais de 30%.

Mais gente começou a frequentar um cômodo que andava pouco prestigiado nas casas: a cozinha. A necessidade de comer mais dentro dos lares fez diminuir o consumo de industrializados e aumentar a culinária doméstica – a chamada “comida de verdade”. Outro ponto positivo desses tristes tempos.

A solidariedade também ganhou força.

Moradores de prédios e condomínios se organizaram para fazer compras para os vizinhos mais idosos. Redes de apoio a entidades e famílias em situação de vulnerabilidade social foram criadas pelo WhatsApp e mais gente se dispôs a participar de trabalhos voluntários.

Aumento da qualidade de vida

Por fim, um fenômeno cultural: tem gente que acabou gostando da coisa, e não pretende voltar tão cedo para o terno e a gravata.

Nos Estados Unidos, a venda de motorhomes já subiu. São cidadãos ávidos por manter o isolamento e mudar a paisagem, ou que já pensam em trabalhar remotamente por mais tempo depois que tudo isso passar.

É a troca das horas gastas no trânsito das grandes cidades por horas investidas na descoberta de novos lugares – enquanto se trabalha!

Home office e qualidade de vida é uma realidade?

É claro que essa realidade está muito distante da grande maioria dos trabalhadores que, como falamos aqui, são os primeiros a sentir a angústia provocada pela recessão econômica.

Mas o fato de que o home office é uma possibilidade de ganho na qualidade de vida para alguns profissionais chama a atenção para a constatação de que alguns modelos de trabalho estavam absolutamente obsoletos antes da pandemia.

Este artigo do filósofo Domenico de Masi vai ao encontro dessa hipótese, ao supor que o trabalho pós-covid será mais afetuoso e criativo. 


Tomara!

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