Reuniões exaustivas que antes eram feitas presencialmente, com a pandemia do coronavírus, migraram para as plataformas digitais. Difícil conhecer alguém que não tenha participado de ao menos uma conferência virtual por diversos aplicativos de mensagem de vídeo. O excesso de encontros mediados por dispositivos, no entanto, já tem provocado uma série de transtornos que foi apelidada de “Zoom fatigue”, ou “fadiga de Zoom”, um dos principais aplicativos utilizados para estas conversas.
Os “sintomas” desta condição são ansiedade, desânimo, procrastinação excessiva, oscilações de humor, confusão mental, dor de cabeça e nos olhos. Associado ao estresse natural da pandemia, esse mal estar pode levar o profissional ao imobilismo: falta total de condições de exercer algum trabalho.
A seguir, detalhamos um pouco mais as causas do “Zoom fatigue”, que segundo este artigo da BBC, podem “drenar a sua energia”.
Nem todos os cidadão estão familiarizados com as tecnologias e, quando faziam alguma chamada de vídeo, normalmente era para contatar familiares e amigos em situações informais. Da noite para o dia, precisaram preparar todo um arsenal digital para conversar, por exemplo, com o chefe.
Instabilidade da internet, obsolescência dos computadores e falta de habilidade para manipular os dispositivos podem provocar grandes níveis de estresse, sobretudo minutos antes da reunião.
Muita gente também não está acostumada com o “delay” – o atraso entre uma fala e outra – e este descompasso também tende a deixar a reunião tensa por conta de interrupções indesejadas.
As redes sociais trazem semanalmente gafes ocorridas em reuniões e participações ao vivo pela internet. Filhos que invadem escritórios, trajes indiscretos de outros familiares e barulhos vindos da vizinhança são as mais comuns.
Paramentar a aparência e a casa para fazer uma conferência pode ser muito cansativo, sobretudo quando se tem crianças e animais circulando pelos ambientes.
Duas ou três reuniões de trabalho ao longo do dia, aniversário de um parente distante à noite, live do cantor preferido no fim de semana…
O uso excessivo de dispositivos para assistir a vídeos provoca mal estar físico – vista cansada, dor de cabeça e no corpo – e exaustão mental.
Professores e alunos que mantêm atividades escolares remotamente estão passando horas seguidas em frente a uma tela, aumentando este desconforto.
Em uma reunião presencial, o corpo fala.
Além da linguagem verbal propriamente dita, gestos sinalizam que a conversa está agradando ou que é preciso encurtar o diálogo. A linguagem não-verbal faz parte da expressão humana e, em ambientes digitais, esta possibilidade é potencialmente suprimida. Não saber exatamente o que o outro está pensando incomoda muito e amplia a tensão. É muito comum sair de uma reunião virtual com a sensação de cansaço maior que nos encontros presenciais.
Para evitar o “Zoom fatigue”, é possível adotar alguns hábitos, na medida do possível. O primeiro deles – já falamos aqui – é cuidar da saúde mental e física durante a pandemia.
Outra dica importante é buscar a desconexão quando não estiver no trabalho: reduza o uso de celulares e redes sociais à noite, por exemplo.
Para evitar o delay e outros problemas das reuniões virtuais, estabeleça regras para uso de falas, como inscrições via chat ou uso de emojis.
Desconectar câmeras e microfones quando não estiver com a palavra é um sinal de “etiqueta digital”, que ajuda a evitar o retorno de áudio e demonstra respeito pelos demais componentes. Mas atenção: não desligue a câmera e saia por aí. É possível que alguém peça sua intervenção bem nesta hora.
No mais, vale o conselho do artigo da BBC. As chamadas de vídeo não são o único caminho para se conectar com alguém, sobretudo em situações informais. Que tal, por exemplo, retomar o hábito de escrever cartas?
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