Nenhum tratado de economia escrito nos últimos 100 anos previa que uma pandemia iria por o mundo em modo de espera nos instantes iniciais do século 21. Por isso, qualquer orientação sobre como “sobreviver” a este período dificilmente escapa de um tom especulativo: o que pode acontecer, o que você deveria fazer.
De todo modo, pelo menos três coisas sobre este momento já podem ser ditas com algum grau de certeza:
O empreendedor que está cheio de dúvidas e angústias sobre como passará por esse momento deve levar em conta estas três questões: como ser necessário? Como estar presente nos ambientes digitais? Como inovar?
O investimento, neste momento, não precisa necessariamente ser em dinheiro – mesmo porque boa parte dos empreendedores se veem descapitalizados e a economia está em franca desaceleração – o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país, teve queda de 1,2% nos primeiros três meses do ano, quando a pandemia ainda não havia entrado com força por aqui.
Ainda assim, esta é a hora ideal para identificar os caminhos que ajudarão o seu negócio a passar por esta tormenta da maneira menos traumática possível – de modo a sair dela, quem sabe, ainda mais forte.
Se o seu investimento em marketing sempre foi relegado a segundo plano, talvez esta seja a hora de rever a estratégia. Impossibilitados de fazer transações comerciais convencionais, os varejistas estão apostando alto na promoção de suas imagens nas redes – o que costuma ter um excelente custo-benefício.
Relatório elaborado em março com representantes do segmento já sinalizava que mais da metade deles pretendia investir em marketing digital para ocupar novos espaços durante a crise.
Essa estratégia é muito importante para os pequenos e médios negócios, inclusive em função do movimento que incentiva o comércio local e as redes de empreendedores, em um valioso exemplo de economia compartilhada.
Responda mentalmente à seguinte questão: antes da pandemia, por que e por quem seu negócio era procurado?
Muitos responderão que o negócio era requisitado em função da boa qualidade do produto, outros dirão que é por conta do preço, alguns mencionarão a exclusividade do serviço.
Ou seja: seu negócio era importante para alguém.
É com base nesses atributos que você deve voltar a se firmar. Lembre seus antigos clientes a respeito de sua expertise, de preferência com bons preços e condições de pagamento. Apresente essas chancelas aos novos consumidores, valendo-se, de novo ele, do marketing digital.
Não baixe a cabeça diante da crise. Seu empreendimento não é só importante para você – mas sim para centenas de pessoas que o ajudaram a ficar de pé até aqui.
Estabeleça critérios claros de relevância e transporte isso para outras esferas: aplicativos de venda, ambientes de compras, redes de contato no WhatsApp. Vale tudo na hora de lembrar que você é importante.
Linhas de financiamento convidativas têm sido lançadas – algumas com aporte governamental – a fim de ajudar os empreendedores a honrar compromissos, saldar dívidas, pagar salários e continuar de pé.
A iniciativa é louvável, mas só deve ser utilizada em último caso.
Lembre-se de que dívida é dívida, com ou sem crise, e que em algum momento você deverá pagar por ela.
Se você entender que não há outra saída, aposte em linhas de financiamento com juros mais amistosos, voltados ao seu modelo de negócio e ao seu enquadramento tributário.
Embora alguns Estados já tenham adotado medidas de flexibilização do distanciamento social, infelizmente as notícias ainda não são as melhores: o consumidor segue sem dinheiro, ou seja, não espere que a retomada da economia será a plenos pulmões. É mais provável, aliás, que ela se dê em ciclos de alta e de queda, sem consistência.
Por isso, não injete todos seus recursos e sua energia na reabertura neste momento. Faça uma transição consciente, que leve em conta a situação financeira da maioria dos consumidores.
Isso significa não investir pesadamente em estoque, por exemplo, principalmente de itens perecíveis.
Se você nunca pensou em trabalhar com delivery na sua empresa, essa é a hora, e este tópico tem muita relação com o anterior.
Pessoas que podem cumprir o distanciamento social e que têm medo de se contaminar continuarão em casa por um bom tempo. Esses cidadãos que não voltarão com fôlego às ruas continuam consumindo, mas preferem receber as coisas em casa.
Por isso, independentemente de seu ramo de atividade, estude abrir frente para entrega consignada de itens ou até mesmo a criação de combos e planos de assinatura.
Os dias não têm sido fáceis: incertezas sobre a gravidade e o alcance da doença, dificuldades financeiras, medo de perder tudo.
Mesmo assim, é importante buscar um caminho de equilíbrio emocional e sensatez para cuidar do seu negócio agora, quando ele mais precisa, para que ele demonstre algum vigor quando isso tudo passar.
E, é sempre bom mencionar, vai passar.
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Este post foi modificado em 08/09/2020
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