O futuro do trabalho passa por uma redefinição a respeito da pertinência da presença física do trabalhador na sede da empresa. Funções não-operacionais se mostraram especialmente afeitas ao home office, como já vimos aqui no blogue em várias publicações.
Mas também vimos que o trabalho a distância exige cuidados que envolvem uma separação definida entre os espaços profissionais e domiciliares e, principalmente, maior zelo na gestão do tempo e dos relacionamentos. A mudança de paradigma inclui um dos maiores companheiros do trabalhador remoto nos últimos meses: as videoconferências.
Não tem jeito, mais cedo ou mais tarde você e seus colegas serão recrutados para uma conversa em frente à tela. Às vezes, mais de uma por dia, com duração de algumas horas e sem poder desviar a atenção.
A fadiga nas videoconferências é real.
Um estudo super recente lançado pela Microsoft apresenta o comportamento das ondas cerebrais durante o desenrolar de uma reunião de vídeo.
As ondas são nomeadas da seguinte forma: gamma, responsável pela integração das múltiplas informações; beta, que controla tanto a concentração quanto a ansiedade; alpha, responsável pela manutenção da calma; e theta, a qual cabe a memória de curto prazo e a capacidade de aprendizagem.
Durante uma conferência de vídeo, as ondas gamma e theta atingem o ápice entre os 20 e os 30 primeiros minutos. Passados os primeiros 40 minutos, contudo, as ondas alpha e theta – que já não atingem picos tão expressivos, caem consideravelmente, aumentando a irritabilidade e diluindo a capacidade de atenção e aprendizagem. Gamma e beta também caem depois deste período.
A sugestão?
Criar, tanto quanto possível, pequenos intervalos de 30 minutos durante as videoconferências – e podem ser pequenos mesmo, cinco minutos fora da tela (o tempo de um café) são capazes de reorganizar as ondas cerebrais para o próximo turno.
Nessas paradas, é importante orientar os participantes a desligar-se mesmo, inclusive dos celulares. Não adianta sair do Meet e migrar para o WhatsApp, portanto.
Essa estratégia pode moldar inclusive o futuro da educação a distância, que se tornou a principal fonte de aprendizagem durante a pandemia.
Sem qualquer expertise sobre como levar os conteúdos para a web, muitas instituições de ensino mantiveram seus grids de aula convencionais (com intervalos de 50 minutos), quando o rendimento dos alunos pode ser muito maior caso sejam estabelecidas pausas menores durante a aula.
A pesquisa da Microsoft não apontou apenas as causas da fadiga nas videoconferências e como mitigá-las.
Há também boas notícias.
O trabalho em casa aumentou a empatia com os colegas de trabalho nos países estudados (China, México, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Itália). Os dilemas da convivência diminuíram e o senso de solidariedade – já fortalecido durante a epidemia – contagiou o “ambiente de trabalho”.
As contribuições dos funcionários são melhor assimiladas virtualmente, principalmente nas reuniões coletivas.
A satisfação com o home office é outro indicador importante. Sete entre cada dez entrevistados (entre gestores e funcionários) esperam que haja uma flexibilização permanente das jornadas presenciais com o fim da pandemia.
A maioria, contudo, não considera que os escritórios físicos vão desaparecer, e sim se adequar a um modelo mais híbrido e fluido de trabalho.
Se tudo isso é bom?
Depende, só o tempo vai dizer – o tempo e a forma como as pessoas vão se relacionar com ele, com suas famílias e com as novas relações humanas que vão erigir quando tudo isso passar. O que já se sabe é que “tudo isso” não vai passar de uma vez e deixará marcas, como uma tatuagem, em tudo o que faremos daqui em diante – inclusive no trabalho.
Por isso, o melhor mesmo é administrar os compromissos e extrair o que surgir de bom no novo perfil do trabalho.
A íntegra do estudo da Microsoft pode ser vista aqui.
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