O best seller “21 Lições sobre o Século de 21”, do filósofo israelense Yuval Harari, detalha um futuro nem tão distante assim, marcado pelo avanço da biotecnologia e da inteligência artificial em praticamente todas as relações humanas.
Algoritmos, comunicação mediada por computadores, robótica e sistemas inteligentes estarão cada vez mais presentes em nosso cotidiano – criando uma série de facilidades e preocupações.
No campo das vantagens, é indiscutível o papel da inteligência artificial na segurança de cidades, vidas e patrimônio. Parte desse futuro já chegou e vem sendo experimentado em grandes metrópoles, empresas de tecnologia e laboratórios de universidades. Provavelmente você já tenha cruzado com alguns desses recursos sem nem ter notado isso.
Antes de entender estas funcionalidades, é preciso dar um passo atrás para verificar o que já existe no campo da segurança, sobretudo no monitoramento das cidades.
Por meio de recursos sofisticados, é possível fazer a identificação de veículos e pessoas e cruzar dados para verificar eventuais ações criminosas ou simplesmente identificar o cumprimento de obrigações – como se o licenciamento do carro está em dia, por exemplo.
Isso já acontece, inclusive em algumas cidades do Brasil, consideradas cidades inteligentes em função da adoção dessas tecnologias.
Em Indaiatuba (SP), por exemplo, o Centro de Operações e Inteligência (COI) desenvolveu o Sentry, software que analisa placas de todos os veículos que entram e saem na cidade, sem a necessidade de operadores. Mais de 65 milhões de passagens já foram registradas e armazenadas em nuvem.
Em Croatá (CE), projeto-piloto busca levantar dados para desenvolver projetos de mobilidade, arquitetura, energia limpa e organização comunitária.
O cenário é promissor: de acordo com a International Data Corporation (IDC), os investimentos em inteligência, segurança e comunicação podem chegar a US$ 135 bilhões em 2021, conectando cada vez mais pessoas em serviços que tornam a vida do cidadão mais segura e eficiente.
Mas… Como isso funciona na prática?
Agora é a hora de dar mais um passo adiante.
Até a década passada, cidades que investiam em inteligência artificial e monitoramento dispunham de câmeras de segurança espalhadas em pontos críticos que, no máximo, capturavam frames do cotidiano.
Em caso de algum imprevisto, era necessário recuperar a imagem para eventualmente identificar a ação criminosa ou o risco de sinistro. A intervenção humana era necessária o tempo todo, dependendo de recursos, tempo e pessoal qualificado. Isso sem falar no grande volume de dados criados e no espaço que isso demandava para armazenamento.
A sofisticação da inteligência artificial faz uma triagem na “vida” da cena retratada.
Um cão que passe pelo meio da rua de madrugada não deve emitir um alerta de situação suspeita.
No entanto, um cão que atravessa uma marginal – mesmo que de madrugada – deve ser retirado do local para preservação de sua vida e para evitar um acidente que congestione uma via movimentada logo no início da manhã.
O mesmo animal gera alertas diferentes, porque a inteligência artificial consegue captar a circunstância do evento, e não apenas o evento.
Aeroportos e rodovias concedidas já adotam esse sistema para verificar situações mais atípicas – envolvendo inclusive o gestual das pessoas.
Não é comum, por exemplo, que uma pessoa se coce o tempo todo ou agache estranhamente enquanto espera pelo check-in, a menos que esteja com algum problema. A verificação de que isso é uma atitude suspeita no método analógico dependia de muita sensibilidade da equipe de segurança.
Os recursos mais modernos sabem que um ser humano não se agacha com frequência e emite alertas antes mesmo que o responsável pela segurança desconfiasse de algo.
Em outros posts, abordamos medidas extremas, como as adotadas na China, ou o reconhecimento feito pelo “jeito de andar”.
É claro que aqui adentramos em uma discussão ética – também da maior importância – mas até mesmo esses debates precisam ser modernizados de acordo com as novas necessidades.
É bem provável que, em um futuro bem próximo, a inteligência artificial atualize de uma vez por todas o conceito de privacidade.
Este post foi modificado em 15/09/2020
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